quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Eu que não sei contar histórias...

Eu não sei contar histórias nem falar sobre meu cotidiano. Mas sei que preciso de algo que me ajude no empenho da organização da minha vida. Não faz muito tempo que eu queria mudar, fazer realmente algo pelo mundo.




Desde criança ouço as pessoas falarem que cada um deve fazer sua parte, mas o que é fazer nossa parte afinal?

Comecei a querer fazer diferente oficialmente a partir do dia em que me tornei vegetariana (ovolacto). Talvez as dificuldades tanto de se encontrar algo para comer sem sofrimento alheio quanto e as piadinhas de pessoas alheias a este sofrimento, enfatizaram ainda mais essa vontade de mudar, essa vontade de saber exatamente o que está por trás de tudo e descruzar os braços de uma vez por todas; deitar a cabeça no travesseiro e saber que mais uma missão está sendo cumprida.




Estou num momento muito bom e confuso, onde estou desfrutando da maturidade e das escolhas acertadas que tenho feito, mas eu ainda vejo muita coisa desnecessária em minha vida.

Então, é hora de minimalizar! Quando voltei para a casa dos meus pais, percebi que havia acumulado o triplo de coisas e que não havia mais espaço para nada. Foi aí que comecei a questionar se eu realmente precisava de tanta coisa. Além do material, também me questionei sobre o social. Será que realmente eu preciso de tanta gente na minha vida?





Mas vou aos poucos.

Minimalizei algumas coisas, mas pelo tempo que ainda não consegui administrá-lo como gostaria. 

O que pretendo com estas mudanças (não exatamente nesta ordem):

- Ler mais;
- Escrever mais;
- Ter mais tempo com as pessoas que amo e fazer mais coisas que amo;
- Poupar dinheiro e evitar o consumismo desnecessário;
- Desapegar e destralhar (coisas, pessoas);
- Viajar;
- Ter mais qualidade de vida.

E assim, a cada experiência vou contando aqui para quem quiser ler e viver.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

A mudança

E em um belo dia, eis que resolvo mudar. A verdade é que nem lembro direito o exato momento em que eu me senti diferente, que não me senti "tão parte desse mundo". 

Eu queria ler mais, saber mais, ser mais. Por vezes, acabei me perdendo, pisando no próprio cadarço. Eu escolhia ter ao invés de ser. Eu repetia tudo o que me diziam. Eu acreditava que ler bastante, saber o nome das músicas dos meus artistas preferidos e ir à igreja todas os domingo era o que me faria feliz, era o que me manteria salva e me daria uma explicação coerente para toda essa insanidade.

Tudo errado.

Então, eu decidi mudar verdadeiramente, de dentro para fora, como deveriam ser todas as mudanças. Nada imposto; era uma vontade que não cabia mais em mim: eu queria mudar. Eu queria ser diferente, singular. Não há singularidade. Já houve algum dia? 

Eu acredito cada dia menos que a singularidade, de fato, exista. As pessoas querem ser diferentes sendo iguais. Consomem, falam, ouvem, escrevem, comem, bebem exatamente as mesmas coisas. Querem cabelos loiros, lisos e olhos azuis, iguais às modelos das propagandas de xampu. 

Querem ser o que a novela, o filme e o seriado mostram. Mas não pode apenas ser parecido: tem que ser igual.

Padronizar é tão chato. Mas é economicamente viável. Não vai para o meu bolso nem para o de ninguém que conheço, mas certamente vai parar no bolso de alguém. Alguém que não tem o conhecimento que eu tive ao longo dos anos sentada numa cadeira da faculdade, mas que conhece as pessoas certas e tem a quantia certa na conta bancária.

Eu precisava de algo maior: menos consumo, mais minimalismo

Passei a questionar o que tenho, de onde veio, para onde vai, se eu preciso de cada coisa dessas que tenho, se me fazem feliz ou são apenas coisas amontoadas, lixo que eu precisaria de cada vez mais espaço para guardar.

O que é necessário? Penso que se é para (sobre)viver, que seja com dignidade, que seja com consciência. Quer muito? Então saiba porque quer. Quer pouco? Seja feliz com o que tem. Mas a pergunta que fica é o motivo pelo qual quem quer muito sabe realmente a finalidade em se querer. Aliás, essa pessoa sabe a origem dessa consciência em se ter mais para ser?

O buraco não é mais embaixo. É no meio, dos lados, por cima. As brechas estão em todos os lugares. 

Qual é a origem das coisas?